Brasília – A partir do dia 20 de janeiro de 2021, com a posse do presidente Joe Biden, o Brasil terá que mudar suas relações com a China, colocando um ponto final na escalada verbal e aos ataques contra o maior parceiro comercial do país, sob pena de ficar completamente isolado internacionalmente. Esta é a opinião de Dirceu Destefani, um empresário paranaense que tem em seu curriculum 17 visitas ao gigante asiático e um sólido conhecimento sobre o maior player do comércio mundial e suas relações com o Brasil.
Dirceu Destefani comentou as declarações feitas nos últimos meses pelo presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e pelo chanceler Ernesto Araújo, entre outros membros do governo, com críticas à China.
Para ele, é inevitável que haja uma mudança de postura: “desde 2009 a China é o principal parceiro comercial do Brasil e maior responsável pelo superávit de mais de US$ 57 bilhões acumulado pelo Brasil até o mês de novembro deste ano. Nada temos a ganhar atacando a China e esse posicionamento terá que ser revisto. Essas posições foram duramente criticadas pelas representações do agronegócio e da indústria. A China é vital para o comércio exterior brasileiro. É verdade que, mesmo com os ataques, o país não deixará de comprar alimentos e commodities do Brasil, mas pode reduzir as importações. E se o fizer, grandes multinacionais brasileiras como a BRF, JBS e muitas outras não para onde redirecionar as suas exportações”.
Diretor e proprietário da Podium Ferragens, Dirceu Destefani(foto) reitera que “o Brasil não tem alternativa à China. Precisamos da China como cliente para as exportações do agronegócio, de commodities como o minério de ferro e petróleo, para as importações de componentes eletrônicos, máquinas, equipamentos, ferramentas. Enfim, a China é um parceiro essencial para o Brasil. Por tudo isso, sou otimista e acredito que as relações entre o Brasil e a China vão melhorar consideravelmente em 2021 e inclusive não descarto uma nova visita do presidente Jair Bolsonaro ao país até meados do próximo ano”.
Fonte : Comex do Brasil