O governo federal vem fazendo um mapeamento de mercados para o redirecionamento de produtos agropecuários que deixarão de ser exportados para os Estados Unidos, caso a tarifa de 50% entre em vigor em 1º de agosto. São duas frentes: a abertura de novos mercados e a ampliação de fluxos comerciais para destinos para os quais os produtos já são exportados, segundo informaram pessoas ligadas a esse movimento, sob condição de anonimato.
O diagnóstico de destinos está sendo feito pelo Ministério da Agricultura juntamente com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O Oriente Médio e a Ásia estão na mira das ações.
O foco inicial está nos setores mais atingidos pela tarifa de 50% e mais expostos ao mercado norte-americano, como é o caso do suco de laranja, do café, da carne bovina, das frutas e dos pescados, segundo apurou o Broadcast Agro. O governo alinha a estratégia conjuntamente com o setor privado, sobretudo quanto a quais mercados devem ser priorizados nas negociações bilaterais.
Em outra ponta, adidos agrícolas que atuam nas embaixadas no exterior foram orientados a procurar importadores para colocar o Brasil à disposição e identificar oportunidades. Em paralelo, Câmaras de Comércio já acionam o governo para apresentar seus países como possível destino para o redirecionamento dos produtos brasileiros, caso dos países árabes.
Um raio X inicial apresentado pelo Ministério da Agricultura a entidades que representam os exportadores do setor inclui a conclusão de tratativas de aberturas de mercado, a habilitação de frigoríficos e a negociação para redução tarifária de alguns produtos. “Todas as alternativas estão à mesa para minimizar o máximo possível os impactos do fluxo comercial afetado com os Estados Unidos. O primeiro passo é olhar os setores que terão vendas inviabilizadas aos EUA com a taxa de 50% e realizar busca ativa de oportunidades”, afirma uma pessoa que acompanha essas tratativas.
No Ministério da Agricultura, há a recomendação de reforçar agendas do ministro Carlos Fávaro com seus pares de outros países para acelerar as conversas em alto nível com os importadores e destravar eventuais negociações já em curso.
Entre as possibilidades citadas estão a abertura do Japão, da Turquia e da Coreia do Sul para a carne bovina brasileira, tratativas que já estão em andamento. O processo mais avançado é com o Japão, que já fez auditoria no sistema sanitário nacional e deve dar o aval à carne brasileira em novembro. Ainda em carne bovina, o Brasil negocia a ampliação de frigoríficos habilitados a exportar o produto para Indonésia, Vietnã e México. Há pedido de habilitação de pelo menos 50 plantas somando os três destinos. O aval depende da autoridade sanitária de cada país importador.
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