
Lideranças da União Europeia (UE) não conseguiram desbloquear a assinatura imediata do acordo comercial com o Mercosul. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta quinta-feira, dia 18, aos demais líderes de países do bloco que tomou a decisão de adiar o cronograma até janeiro, segundo o site Politico. A informação foi confirmada pelo Estadão com diplomatas da UE em Bruxelas.
O acordo voltou a sofrer um revés político às vésperas da data na qual seria assinado, com a mudança de posição da Itália – fiel da balança, Roma somou-se à objeção da França e colocou o tratado em risco quando passou a postular pelo adiamento da análise no Conselho Europeu.
O acordo de livre comércio entre os blocos, negociado há 26 anos, era um dos assuntos pendentes da pauta da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, na Bélgica. Ela foi iniciada nesta quinta-feira, dia 18, e será concluída nesta sexta-feira, dia 19.
Desde o ano passado, o governo italiano manifestava ressalvas e pedia ajustes e reciprocidade por meio do ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, mas a diplomacia de Roma e Meloni mantinham o apoio ao acordo.
Um dia antes, o presidente brasileiro havia dito que desistiria de tentar alcançar a formalização do acordo durante seu governo se os europeus não seguissem o cronograma combinado. Depois afirmou que, se a posição de bloqueio prevalecesse na Europa, pretendia levar o pedido de adiamento aos demais presidentes do Mercosul para saber o que fazer, durante a reunião do sábado, dia 20.
“Ela ponderou que ela não é contra o acordo. Ela apenas está vivendo um certo embaraço político por conta dos agricultores italianos, mas que ela tem certeza que é capaz de convencê-los a aceitar o acordo”, relatou Lula. “Ela então pediu que, se a gente tiver paciência de uma semana, de 10 dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo.”
Esse percentual seria alcançado com folga, com a contagem da proproção populacional de França (15%), Itália (13%), Polônia (8,3%), Áustria (2%), Hungria (2,1%) e Irlanda (1,2%) – todos países com reservas expressas ao acordo.
Além da Itália, a França de Emmanuel Macron manteve sua objeção, a mais vocal da Europa, em choque com a posição de países nórdicos, ibéricos, como Espanha e Portugal, e da principal economia europeia, a Alemanha.
O acordo entre Mercosul e UE seria o maior do mundo, reunindo um produto interno bruto estimado em US$ 22 trilhões e um mercado de 722 milhões de pessoas.
Fonte: Estadão





