Brasília – Os ataques realizados pelas forças militares de Israel contra o Irã e a pronta resposta dada por Teerã a essa ação militar israelense geraram preocupação e instabilidade no cenário geopolítico mundial e, de imediato provocaram alta expressiva nos preços internacionais do petróleo e gás. Dez economistas de diferentes instituições financeiras alertaram hoje (13) para as consequências graves do conflito, que vão muito além do mercado financeiro, afetando vidas e ampliando a instabilidade global.
No plano econômico,
a disparada do petróleo tende a pressionar diretamente os custos logísticos e operacionais no Brasil, em especial em setores dependentes de transporte rodoviário e importações”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital.
“O ataque de Israel ao Irã eleva a tensão no Oriente Médio a um novo patamar e gera impactos imediatos nos mercados globais, com a disparada do petróleo e o fortalecimento do dólar diante da busca por ativos mais seguros. Esse tipo de conflito afeta diretamente as expectativas sobre inflação e política monetária, tanto em países emergentes quanto nas grandes economias. Em meio a esse cenário, cresce a demanda por estratégias que ofereçam mais previsibilidade e menor exposição a riscos externos, inclusive no campo do crédito”, Gustavo Assis, CEO da Asset Bank.
“O ataque de Israel ao Irã é um choque de grande gravidade, tanto pelo seu potencial humano quanto pelas implicações econômicas globais. A disparada no preço do petróleo reflete o temor com interrupções
no fornecimento. Esse tipo de risco tende a reprecificar ativos rapidamente, ressuscitar pressões inflacionárias e influenciar decisões de política monetária em diferentes países. Para investidores, o cenário exige cautela redobrada: volatilidade elevada requer leitura dinâmica dos riscos, diversificação de portfólio e foco em proteção enquanto o conflito não se estabiliza”, Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
No curto prazo, essa alta alimenta preocupações inflacionárias. Historicamente, cada acréscimo de US$ 10 por barril tende a elevar a inflação em cerca de 0,2 ponto percentual e frear o crescimento em 0,1 p.p. . Sendo assim, cabe ao Fed uma postura cautelosa: com o ritmo inflacionário acelerado, a expectativa de cortes de juros perde fôlego. O dólar também tende a reagir com força, em alta como ativo de refúgio. A busca por segurança impulsiona a moeda americana, pressionando mercados emergentes . Se essa tendência se mantiver, podemos ver mais volatilidade cambial nas próximas sessões, relevante para países como o Brasil”, Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
“O ataque de Israel ao Irã traz consequências graves que vão muito além do mercado financeiro, afetando vidas e ampliando a instabilidade global. No plano econômico, a disparada do petróleo tende a pressionar diretamente os custos logísticos e operacionais no Brasil, em especial em setores dependentes de transporte rodoviário e importações. Esse tipo de choque externo pode gerar ef
eitos indiretos sobre a inflação e sobre o poder de compra da população. Em momentos como este, a solidez financeira e a capacidade de adaptação das empresas fazem toda a diferença. É hora de revisar projeções, ajustar fluxos de caixa e adotar estratégias mais defensivas para atravessar o cenário com responsabilidade e resiliência”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital.
“O novo ataque entre Israel e Irã eleva significativamente o risco geopolítico no Oriente Médio, pressionando o preço do petróleo no curto prazo, com alta imediata nos contratos futuros e risco de interrupções na região do Estreito de Hormuz, responsável por cerca de 20% do tráfego global da commodity. No médio prazo, a continuidade das hostilidades pode sustentar preços elevados, com impacto direto sobre a inflação global. Esse ambiente de incerteza impulsiona a valorização do dólar, visto como ativo de proteção, e dificulta o cenário de cortes de juros nos Estados Unidos, uma vez que choques nos preços de energia tendem a manter o CPI pressionado. Para os investidores, o cenário sugere rotação para ativos defensivos, valorização de setores ligados à energia e retração em setores mais sensíveis ao custo do capital, como tecnologia e varejo”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
“O aumento das tensões entre Israel e Irã reacende o risco de choque nos preços do petróleo, o que pode pressionar a inflação global e atrasar cortes de juros, especialmente nos EUA. Para as empresas, o momento exige visão estratégica: quem puder, deve antecipar compras e reforçar estoques. O petróleo encarece frete, energia, insumos e repassa custo em cadeia. Prevenir agora pode ev
itar prejuízo depois. Já para os investidores, o cenário pede cautela e diversificação, ativos ligados à energia e proteção cambial tendem a ganhar força diante de uma possível reprecificação global de risco”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
“Se a alta do petróleo persistir, ela pode reacender preocupações inflacionárias em várias economias, limitando o espaço para cortes de juros por parte de bancos centrais. O mercado vinha precificando um ciclo de afrouxamento monetário, mas choques no preço da energia são um obstáculo direto a esse movimento, especialmente nos EUA e Europa”, João Kepler, CEO da Equity Group.
“O salto no preço do petróleo após o ataque de Israel ao Irã representa um choque geopolítico com efeitos imediatos sobre a inflação global e os custos operacionais das empresas. O Brasil, embora geograficamente distante, não está imune: aumentos nos combustíveis impactam diretamente o transporte de cargas, pressionam margens e podem gerar repasses em cadeia nos preços ao consumidor. Para as empresas brasileiras, isso significa mais cautela na gestão de caixa e revisão de contratos, principalmente em setores com alta dependência logística. Em para
lelo, o ambiente externo mais volátil tende a restringir o apetite por risco e pode afetar o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes como o nosso”, André Matos, CEO da MA7 Negócios.
“O impacto do ataque de Israel ao Irã vai muito além da volatilidade nos mercados. Trata-se de uma crise com consequências humanas graves e repercussões econômicas que exigem atenção redobrada dos empresários. A disparada do petróleo afeta diretamente os custos logísticos, o consumo e a dinâmica de preços em diversos setores. Para quem está à frente de um negócio, especialmente em redes ou operações escaláveis, esse é o momento de agir com inteligência e responsabilidade, revisando estratégias, protegendo margens e mantendo a equipe alinhada diante de um cenário incerto e em rápida transformação”, Jorge Kotz, CEO do Grupo X.
“O ataque de Israel ao Irã é um episódio grave, que ultrapassa os limites da geopolítica e traz efeitos reais para a economia global e para a vida das pessoas. Em momentos como este, o líder empresarial precisa ter consciência do contexto mais amplo — porque cada decisão, do investimento ao reajuste de preço, passa a operar sob novas variáveis. Mais do que agilidade, o que se exige agora é responsabilidade, capacidade de adaptação e entendimento sistêmico. A nova economia não é feita apenas de inovação e tecnologia, mas de líderes conscientes do seu papel num mundo instável e interconectado”, Theo Braga, CEO da SME The New Economy.
fonte: Comex do Brasil