Os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura divulgaram ontem (6) nota oficial expressando o sentimento de “surpresa e consternação” do governo brasileiro com a decisão da Arábia Saudita de suspender 11 estabelecimentos exportadores de carne de aves para aquele mercado.
De acordo com a nota oficial, “não houve contato prévio das autoridades sauditas, tampouco apresentação de motivações ou justificativas que embasem as suspensões. A informação consta apenas em nova lista de plantas brasileiras autorizadas a exportar, publicada hoje pela Saudi Food and Drug Authority (SFDA), que exclui os referidos estabelecimentos, previamente permitidos. Até o momento, apenas o Brasil foi objeto de atualização de lista de exportadores de carne de aves”.
Em nome do governo brasileiro, os dois ministérios ressaltam que “o Brasil reitera os elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do serviço veterinário oficial. Há confiança de que todos os requisitos sanitários estabelecidos por mercados de destino são integralmente cumpridos”.
A nota oficial informa ainda que “o governo brasileiro iniciou contatos com as autoridades da Arábia Saudita e da embaixada desse país em Brasília para buscar esclarecer o episódio. Todas as vias bilaterais e multilaterais serão empregadas com vistas à pronta resolução da questão. Caso se comprove a interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o caso à OMC”.
Nota da ABPA
A inesperada decisão do governo saudita provocou também uma reação imediata da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne as empresas produtoras e exportadoras de carnes de suínos, frangos e aves. Em nota oficial, a ABPA informa que a entidade “está apoiando o Governo Brasileiro na busca por mais detalhes sobre a surpreendente decisão unilateral tomada pelas autoridades sauditas, com a suspensão de plantas exportadoras de carne de frango”.
De acordo com a nota, o setor reitera os fatos já apresentados pelo Ministério da Agricultura e pelo Ministério das Relações Exteriores na busca por explicações sobre as suspensões e trabalha para o restabelecimento das habilitações no menor prazo possível.
Segundo o documento, a ABPA “reforça seu compromisso em sua parceria estratégica com o povo saudita, apoiando no suprimento da oferta de alimentos deste que é um dos mais longevos mercados importadores do produto brasileiro”.
A entidade reitera, ainda, a sua “plena confiança e o reconhecimento internacional das empresas brasileiras, seja pelo cumprimento de critérios técnicos, pela qualidade e por todos os demais pontos estabelecidos pelas nações importadoras”.
Fonte: ComexdoBrasil